sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A realidade do Kpop: contratos e processos


O universo do Kpop é repleto de música e diversão, mas nem tudo cheira a rosas. A cada ano vemos inúmeros processos de artistas contra suas empresas, grupos se desfazendo ou perdendo membros. Isso nos traz cada vez mais a percepção de que o mercado musical coreano é uma grande empresa e os cantores são funcionários (que também são passíveis de demissão, como todo mundo). Hoje vamos entender um pouco do funcionamento empresarial do Kpop como mercado e relembrar alguns processos que já aconteceram!

Vida de trainee, dívidas e debut


Antes de começarmos a falar é bom ressaltar que esta matéria não representa a realidade de todas as empresas nem de todos os artistas, mas que pelo menos alguma pequena porcentagem deles apresenta os fatos que serão citados aqui.
    Duas questão de peso surgem quando se fala de más condições na vida de um k-idol: excesso de trabalho e pagamentos inconsistentes. A rotina de trabalho de um cantor coreano é extremamente desumana e corrida. Parte disso se deve à grande quantidade de grupos concorrendo pela fama ao mesmo tempo (quantas vezes você já viu vários artistas lançarem músicas novas no mesmo período de tempo? Quase sempre, não?), então eles precisam estar presentes em todos os eventos e mídias que puderem para serem notados em um mercado muito competitivo. Isso gera cansaço, problemas de saúde e acidentes (que abordaremos futuramente em outra matéria).
    Mas e com relação aos pagamentos dos artistas? Não é o caso de todos, mas muitos deles vivem um ciclo vicioso de dívidas e pagamentos injustos dentro das próprias empresas. Basicamente, todos os gastos com o treinamento, hospedagem, alimentação, ensaios e várias outras coisas são "pagas" pela empresa, mas colocadas na conta do cantor em uma espécie de montante de débitos chamada "BEP" (Break Even Points). Quando o grupo lança um álbum novo ou faz outras promoções, parte do dinheiro ganho vai para pagar os gastos do BEP. Porém isso não significa que é uma cobrança justa ou rápida de ser paga, já que além deste fundo de dívidas, uma boa porcentagem dos ganhos do k-idol vai direto para a empresa.
    Já o ciclo vicioso ocorre devido ao fato de que o BEP não é incrementado em seu valor apenas uma vez, mas sim sempre que algum novo gasto próprio do grupo surge. Esta situação aliada à falta de transparência sobre as finanças dos ídolos gera muitas vezes situações de trabalho degradantes e vários processos na justiça.

Processos e disbands famosos

Alguns processos e saídas de grupo repercutiram de forma considerável tanto na Coreia quanto no resto do mundo. Vamos listar aqui alguns deles (ocorrências no mesmo grupo serão consideradas como uma ocorrência nesta lista):

Grupo: TVXQ/DBSK
Integrantes que saíram: JYJ (Jaejoong, Yoochun, Junsu)
Motivo do processo: Irregularidades no contrato.




Grupo: EXO
Integrantes que saíram: Kris, Luhan, Tao
Motivos dos processos: Diferença de tratamento em relação a membros chineses e coreanos, excesso de trabalho.


Grupo: B.A.P.
Motivo do processo: Excesso de trabalho, má distribuição dos lucros.



Grupo: Block B
Motivo do processo: Falta de pagamento.






Outros processos: Hangeng (Super Junior), Kim Hyun Joong, Dahee.

Fontes: Eat Your Kimchi, Sarangingayo
Agrecimentos de pesquisa: Thamy Ambromovich
Escrito por: Junot Freire
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